quarta-feira, 2 de maio de 2012

O que é.

O que quer de mim esse universo, esse instante?
Diz: cante, diz: faça,
prestigie sua raça
mesmo que com farsa, disfarça
e ande
pelo passeio da rua,
sem brincar com o meio-fio.

É que quando olharam aquele quadro
perfeito
intacto
Definiram que a arte era assim.
Quando experimentei tinta fosca
borrada
sem forma
tiraram as luvas de mim.

Mas o que quer de mim esse universo, esse instante?
Pelo menos por um segundo eu ouvi o silêncio.
Diz nada, se cala
e deixe a arte ser nua
pois não sou desespero
que só quer ser "tua"
e não sou desapego
que insiste em ser crua
nem sou pequenino
admirado com a lua...

Só cansei do exato onde não há exatidão
quee!.. não!
não é só cara, coroa, ou coração.
É o que e como eu aprendi a ver.
Há a essência, tudo bem, essencial
enquanto os sentidos nos lembram
dessa agonia provocada pelo verbo "ser"



6 comentários:

  1. Oi Elisa!
    Nossa, acho que esse foi seu poema mais complexo até hoje. Gostei do formato diferente dele. Ficou bem legal.
    Bjuss

    Olha, fui o primeiro dessa vez ^^)

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  2. Uau! Estou surpresa, Elisa.
    Suspiros ad eternum simplesmente.

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  3. Há que lindo 'proverbio' Estou feito com essas palavras obrigado por essa boa sensação que me passa tentarei ler ele mais vezes ate perder o encanto! =)

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  4. E a pergunta se perpetua e o verbo permanece a inquietar..

    ...Beijos.

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  5. Olá, Elisa!

    "O que quer de mim esse universo, esse instante?"
    : Pois à mim, eu digo, tudo o que se quer, é que eu seja, apenas isso. É o que me falta. Tudo por aqui anda de certa forma, de maneira superficial... Mas à ti, se olhares com mais cuidado, olhares bem, por dentro, encontrarás o que queres. E esse "o que é", se questiona, tornar-se-á a resposta...

    Beijos, moça e, obrigada!

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  6. Sua essência é poesia, linda, leve... Adorei!
    Bjs!

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