terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sobre o fim

Perto, mas de longe
É no gosto do último beijo
que o desgaste se esconde

Longe, mas de perto
É a saudade que resta do fim
dando forças pr'o incerto



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quem arrisca... SÓ petisca?




Arrisco um pouco mais... e erro
Ninguém é de ferro,
pode averiguar!

Arrisco falar o que quero,
ir distante de zero,
sem recomeçar...

Arrisco falar com esse moço
de um sonho proposto
para se viver...

Arrisco e, por isso, petisco
Mas, por vezes, eu risco
e arrisco a inércia
- também é um risco-

Mas chega um dia em que eu digo:
quero jantar mais que somente petiscos




terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Goela abaixo

- Menino, menino, não solte PIPA na rua
Se você se queimar com a eletricidade, a culpa é toda sua
E não coma mais da SOPA da tia Renata
Sabe-se lá o que ela põe dentro que deixa aquela sopa estragada.

- Mãe, você sabe que nem de sopa eu gosto,
não como essa sopa agora, nem num futuro próximo,
e nesses tempos, há tanta comida estragada, sinto pelo faro
Mas muita gente nem percebe, e enfia tudo goela abaixo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

É melhor dois pássaros voando que um na mão

Pássaro pousa onde quer, 
e por segundos, em sua mão, 
ou simplesmente num pé... 



Se é pássaro, voa. Se voa, pode ir longe. Se pode ir longe, vai onde mais gosta. Se gosta, pousa. Se mais gosta, volta. Se preso, triste pássaro. Se prende, arranca a liberdade do pássaro. Se quer prender, retrato. Gaiola, grade, prisão? Comida dada todos os dias não alimenta pássaro. 

Sou contra qualquer pássaro posto em gaiolas. Literal ou metaforicamente falando. É melhor dois pássaros voando que um na mão. Exceto se for de livre e espontânea vontade pousar na minha. Melhor ainda seria, um dia, ser um livre e espontâneo pássaro.