domingo, 2 de novembro de 2014

Poema de retorno

Então você escolheu apenas o oco,
e se esqueceu de ouvir o eco?
Escolheu calar-se em frente a brisa,
pra não estragar a trança?
Escolheu traçar linhas retas,
e viu que a corda é bamba...
Agora aguente esse poema,
que acabou o samba.
Agora grite seus anseios,
dentro de um boteco.
Pra se embriagar em linhas velhas,
debruçar-se à mesa.
Para esquecer seus fatos fartos,
calar incertezas.
Pra se deixar, sim, ser levado,
pelo vento etéreo.

sábado, 7 de junho de 2014

Fadiga

 É aquilo que se sente,
ao cair de leve,
periodicamente,
minunsiosamente,
mas fazendo um barulho retado.

Como uma bola quicando,
eu quico sobre quem eu sou.
A menina se mostra,
e quicando, acorda o leão.
O leão quebra a jaulda da sanidade...
e de repende o mundo não é mais ("meu bastião").

Tento amolecer meu dia,
com um tanto de poesia,
que há muito tempo
se espatifara.
 Quicando lentamente,
quanto mais para,
mais sara.