quinta-feira, 24 de maio de 2012

Versos do ofício

O ofício

Escrever por escrever
é como escrever sem escrever,
pois escrever não é simplesmente crer,
nem ver
e muito menos jogar palavras por aê.

Vem de lá do fundo do ser
aquilo que te faz escrever pra escrever.
Gostar de rimar "o que?" e "por quê"?
é só um outro detalhe.

  O preço 

Palito de fósforo aceso? 
Foi preciso um tanto de pólvora
e quando o barulho da explosão me despertou,
já estava diante do estrago

A, B,"C"

Duvidava do "c" de certo da professora
porque o "c" de certo da professora
poderia ser qualquer outra coisa
poderia ser  "c" de caixão
poderia ser "c" de cocô

E sabe? Eu já quis que fosse "c" de coração,
até que um dia tropecei num "c" de corno.
é osso essa vida!
é um "c" de caroço.


Recompença

Isso:
transformar folhas retangulares 
em barquinhos de papel.

Ou mais:
mais que isso.










3 comentários:

  1. Seus versos sempre são uma delícia de ler.
    Leio e releio sem pressa.. parece que eles me levam. Sem contar que a disposição deles, a maneira como brinca com as palavras... tudo é muito bom.

    Sou sua fã.


    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. Oi Elisa!
    Gostei principalmente do primeiro poema. Falou tudo nele, e o final foi muito bom.

    Bjuss

    ResponderExcluir
  3. A forma com que brincas com as palavras é fantástica. Elas são completas marionetas... Lindas. Incompreendidas mas fantásticas desse jeito!
    Sempre gosto de aqui vir :) ♥

    ResponderExcluir