domingo, 27 de novembro de 2011

E o recheio?

Precisava escrever algo... Mas desse algo eu só consigo verbalizar o nada... E do nada, tudo para. E do nada, tudo é vago.... Do nada, eu sei de tudo. E de tudo resta o paradoxo do Fernando: "O mito é o nada que é tudo", nesse papo clichê de tudo ou nada.

Por que diabos tenho que dar um toque meio que poético nas minhas postagens, mesmo quando não quero escrever poesia? Malditas figuras de linguagens, por que vocês não largam um pouco do meu pé? Estou cansada de abusar da hipérbole ao se tratar de dor, nas perífrases do que é o amor. Facilidade com palavras? HA HA HA, tenho não. São essas figuras que me perseguem, com a mania de, repentinamente, tornar complexo tudo aquilo que deveria ser simples aos olhos dos outros. Mas não, eu tenho que complicar, tenho que transformar meus sentimentos em códigos, para que nem todos entendam, recheando-os para aqueles que gostam de saboreá-los. E seria esse o segredo do poeta? Caprichar no recheio, mesmo que não se saiba ao certo o que se rechear?

Pois bem, meus caros, o recheio de não sei o que está pronto. Mas recheio por si só não enche a barriga. Alguém poderia me dar ao menos um pãozinho partido ao meio?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

AF!

Afiada
Afetada
Afobada

AF!
A filha
A fada
A farsa
A falha
A façanha
A faca
Afiada
A força
Ah! Foi-se...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sem sal

Ele tem merda na cabeça e namora aquele avião
Você prepara o seu futuro pra fugir da sua condição
Sujeito fraco e vencido e esquecido e afetado
Cara afoito, maltratado, adormecido e machucado

Ele tem merda na cabeça e ainda come aquele "popozão"
Você trabalha o dia inteiro e depois deita no mesmo colchão
Homem decente, generoso, inteligente, mas calado
Cabra direito, abençoado, organizado, mas sem sal.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Foi só uma gotícula de água no imenso deserto

Olhe-me com outros olhos
Ou olhe pelo outro lado:
Você pode despir-se do desejo, se quiser...

Mas olhe bem, meu caro
Não me espere de braços cruzados
que o mundo está pequeno para um grande amor
que a lua está tão cheia que já se deitou
que aquilo era tão pouco que já se acabou.

domingo, 13 de novembro de 2011

Três quartos


Um quarto muito claro para se dormir. Escuro para estudar. Pequeno para correr, grande para se isolar. Um quarto do que você sente você pode expressar. Três quartos, porém te perturba por toda a vida. Três quartos do que você não aprendeu a desenvolver direito. Três quartos são as paixões que não deram certo, e os amigos da decepção. Três quartos dos seus dias no deserto da desilusão. Porque se cobra muito uns dos outros. Cobra-se a parte desnecessária e fútil. Pois bem. Três quartos de pensamentos inconscientes que a gente tenta transformar em alguma coisa.


Sabe qual é a impressão que sinto quando estou escrevendo? A de que ainda estou no meio daquelas reflexões de menina boba infantil. Não haveria do que me culpar, pois teoricamente ainda sou garota. Mas queria muito compensar meus defeitos, minhas falhas, minhas habilidades não aprimoradas e minha juventude não tanto aproveitada em um pouco de maturidade. Queria poder me chamar de madura, mas são sempre os outros que te rotulam. Enfim, considero-me uma boba que aprendeu a usar as palavras.

Estou comendo pão com patê de atum. Uma delícia. É um pequeno prazer, porém melhor que uma fagulha de preocupação. To cansada de correr e me afobar, de me estressar facilmente, de carregar culpa, cansada. E, por sorte, as coisas não mais me atingem com a mesma facilidade com que atingia no passado. As situações, aquelas situações chatas, continuam vindo, mas dou menos importância pra elas. Mais paciência, calma, discernimento. Um pouco de entendimento de que as pessoas jugam através da sua perspectiva. Sendo assim, procurar ser sempre certo em tudo é três quartos do que o homem deve fazer pra ter uma vida toda errada.



sábado, 12 de novembro de 2011

Não quero te deixar pra lá (música)

Pela propaganda de vocês
Vi que estava fora do lugar
Preocupados em chegar às seis
E eu sequer tenho hora pra voltar
Olhem seus palhaços, podem rir
Vejam suas bonecas a vagar
Tudo pro cenário evoluir
Gestos pra plateia imitar

Eu estava ausente por aqui
Enquanto tanta coisa aconteceu
E o que me dizem não é tão claro assim
O palco deve estar tão desgastado
Só sei pensar que eu não estou do seu lado
E essas pessoas aqui me parecem tão estranhas

Veja aquele cara em seu papel
Está se declarando para alguém
Tira do seu bolso um anel
Do meu já não espero um vintém
Palavras me parecem tão clichês
Calçados todos querem um favor
Não vou admitir para vocês
Que eu só sei falar sobre o amor

Por isso sempre tento me expressar
De um jeito meio casual
E o que eu escrevo não é tão claro assim
O lápis deve estar tão desgastado
Só sei pensar que eu não estou do seu lado
Mas não quero te deixar pra lá
Não quero te deixar pra lá
Não quero te deixar pra lá
Não quero te deixar pra lá

Ps: Devo um vídeo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A antiga

Chegava a me gostar, me divertindo por roubar os pães
Caindo por degraus, sendo piada para mentes sãs
Querendo ser mais um, porém trilhando pra me destacar
Sorrindo sem razão, mas ensaiando pra desmoronar

Sentindo a brisa que me disseram haver
Correndo muito, capaz de me perder
Me perguntando "onde está você?"
e "quando o sol virá?"

Sabia aonde ir, mas sem nenhum motivo pra chegar
Eu precisava ir, mas já fazia planos pra voltar
E simplesmente fui prum outro canto, me refugiar
Mentira, eu não fui, fiquei atenta pro algo chegar

Eu me contradizia todo dia
Eu prendia você, pra depois me soltar
Te soltava pra ver você no meu lugar
Eu sorria pra n'outro minuto chorar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pé gelado

Aproveitando o embalo da canção do Cazuza, eu queria ter uma bomba agora. Não que eu queira explodir alguma coisa, mas pelo menos quebraria esse silêncio da noite. Já basta o frio, e meu pé gelado.

Amanhã tem simulado no colégio. Problema. Essa semana nós temos 4 dias com teste, e ainda não chegamos às provas do final da unidade. Todo dia uma atividade avaliativa, um teste, ou um trabalho, que nem me preocupo. Afinal, somos testados pelo que sabemos. Não adianta decorar, tirar 10, pra no outro dia esquecer. É inútil. É hipocrisia. Ou só estamos querendo aprovação. E depois dela, que se dane, estou livre pra fazer o que quiser. É a maioria dos seres humanos, que visam a um fim sem viver integralmente o caminho. Pra quê?

Estão ocupados demais, querendo resultados, buscando resultados, cobrando resultados, e frustrando-se com a falta de resultados. E quando olham pra trás as coisas que ficam são as conversas, os risos, o desejo, o beijo, o abraço. E a falta de resultados nos distanciam de tudo isso, fazendo com que nos concentremos unica e exclusivamente nela. Isso é só uma armadilha na qual praticamente todos já caíram um dia. E aos que não estão nem aí pras faltas e pra esse texto... meus parabéns!

"Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio"

E põe frio nisso, sr. Cazuza.