terça-feira, 25 de outubro de 2011

Meio-fio



Hoje não foi um dia relativamente bom, embora produtivo. Se eu estivesse realmente alegre, não precisaria estar aqui digitando. Acontece de muita coisa estar doendo muito mais que vacina. Afinal, vacina não dói, embora o tamanho da agulha assuste às vezes. Acho que ainda estou na fase do medo do desconhecido, como quando uma criança olha aquela agulha e começa a chorar prevendo a dor que irá sentir. Nessas horas é tapar os olhos e respirar fundo. Segurar na mão de alguém, talvez, mas chega uma hora em que você tem que enfrentar tudo sozinho. E quando a agulha penetra sua pele, você percebe que não dói e que todo mundo também tem que tomar injeção. Vai entender... A dor é psicológica e, no fundo, é algo pra justificar seu medo. No final sobram os que encaram a agulha com naturalidade rindo da cara dos que fazem escândalo pra tirar sangue e afins.

Talvez o momento em que me senti mais viva nesse dia foi quando eu resolvi me equilibrar no meio-fio pela rua. Às vezes a vida tem disso, que exige de nós mais cuidado na hora de caminhar. Mas, n'outras a gente só cansa de caminhar do mesmo modo sempre e busca uma maneira alternativa, um obstáculo para vencer, só pra sentir um pouco de gostinho de vitória. Afinal, não ter o que quer é absolutamente normal, querer o que tem é saudável, mas não querer nada e não se sentir impulsionado para batalhar por algo é, pra mim, problema. Talvez aquela coisa toda de signo esteja certa, e eu seja mesmo uma uma típica ariana, sempre em busca... de que?


"Vejo o que me aflige virar pó
As vezes acredito em mim
As vezes não acredito
Também não sei se devo duvidar"

Meio-fio - Rita Lee









domingo, 16 de outubro de 2011

De minutos

Ps: É uma música cujo título relaciona-se com o monte de acordes diminutos que eu pus nela, só pra dizer que sei tocar violão. Tá aí:




Sigo o tempo, mas perco a hora
quando um segundo é um instante que demora
e cedo eu chego aqui,
tarde demais pra mim...
De repente a noite chega e eu não te encontrei

Sinto o vento... melhor agora
Mas já é tarde e eu preciso ir embora
É cedo pra entender,
tarde pra esquecer
da estranha sensação que eu tive quando te olhei

Apareça, já cansei de procurar
Não me esqueça, que eu não esqueço seu olhar
Não me esqueço do lugar
onde eu te vejo, e falta o ar
e a razão
Venha, então
Venha leve
Venha intenso e são

Viaja o tempo, na sua história
Mas fica atento para não perder a hora
É cedo pra te amar,
tarde pra não gostar
do jeito como você me olha ao sorrir pra mim

Chega lento, e aqui demora
E eu sei que não vou aguentar se for embora
Cedo é meu desejo,
e agora tarda um beijo
Em questão de minutos meu sonho pode ter um fim

Apareça...

sábado, 1 de outubro de 2011

Um pouco do Arnaldo


"Reumatismo, raquitismo
Cistite, disritmia
Hérnia, pediculose
Tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide
Arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie
Câimba, lepra, afasia...
O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco
Assim..."
O pulso - Arnaldo Antunes